domingo, 24 de maio de 2009

Nos dias de hoje... Sempre Atual a Letra


Cartomante




Nos dias de hoje é bom que se proteja

Ofereça a face pra quem quer que seja

Nos dias de hoje esteja tranqüilo

Haja o que houver pense nos seus filhos

Não ande nos bares, esqueça os amigos

Não pare nas praças, não corra perigo

Não fale do medo que temos da vida

Não ponha o dedo na nossa ferida

Nos dias de hoje não lhes dê motivo

Porque na verdade eu te quero vivo

Tenha paciência, Deus está contigo

Deus está conosco até o pescoço

Já está escrito, já está previsto

Por todas as videntes, pelas cartomantes

Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas

No jogo dos búzios e nas profecias

Cai o rei de Espadas

Cai o rei de Ouros

Cai o rei de Paus

Cai não fica nada.

sábado, 9 de maio de 2009

Refletir Somente...

Anteriormente, já tinha tentado postar esse vídeo.

Hoje sem paciência pra postar.


Um bom final de semana a toda a humanidade.



segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Nada



Hoje fixei o olhar e os ouvidos no silêncio e resolvi tecer considerações sobre o Nada, o inexistente, o não ser, o inerte, o papel em branco.


Rapidamente me veio a idéia do ponto de partida, do numero 0 (zero), do mundo das idéias, do intangível, do branco, do à planejar, da preguiça, do pré-pensamento e da pré-construção.


Pensei em quantas vezes a palavra Nada é proferida por aqueles que querem excluir um pensamento _ Que foi João? _ Nada! (João responde). Pensei do Nada a partir de uma perspectiva de criação do ser, como se fosse um antes, um ponto de partida ou ate mesmo o existente que acaba que por não existir, Né João?


O certo é que o Nada, de certa forma, está muito mais no plano das idéias do ser humano do que no inexistir. Se assim não o fosse viriamos do Nada e,de fato, somos muito diferentes do não existir, do não viver, ou seja, se nasce da vida e não do inexistir, do nada...



GRANDE SERTÃO: VEREDAS

(João Guimarães Rosa)


Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. Alvejei mira em árvore, no quintal, no baixo do córrego. Por meu acerto. Todo dia isso faço, gosto; desde mal em minha mocidade. Daí, vieram me chamar. Causa dum bezerro: um bezerro branco, erroso, os olhos de nem ser se viu; e com máscara de cachorro. Me disseram; eu não quis avistar. Mesmo que, por defeito como nasceu, arrebitado de beiços, essa figurava rindo feito pessoa. Cara de gente, carão de cão: determinaram era o demo. Povo prascóvio. Mataram. Dono dele nem sei quem for. Vieram emprestar minhas armas, cedi. Não tenho abusões. O senhor ri certas risadas... Olhe: quando é tiro de verdade, primeiro a cachorrada pega a latir, instantaneamente depois, então, se vai ver se deu mortos. O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos-gerais a fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucaia. Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo, então o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. O Urucuia vem dos montões oestes. Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá fazendões de fazendas, almargem de vargens de bom render, as vazantes; culturas que vão de mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. O gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniões... O sertão está em toda a parte.