quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Um gosto de sol (Milton Nascimento e Ronaldo Basto
Alguém que vi de passagem
Numa cidade estrangeira
Lembrou os sonhos que eu tinha
E esqueci sobre a mesa
Como uma pêra se esquece
Dormindo numa fruteira
Como adormece o rio
Sonhando na carne da pêra
O sol na sombra se esquece
Dormindo numa cadeira
Alguém sorriu de passagem
Numa cidade estrangeira
Lembrou o riso que eu tinha
E esqueci entre os dentes
Como uma pêra se esquece
Sonhando numa fruteira
domingo, 24 de maio de 2009
Nos dias de hoje... Sempre Atual a Letra
Cartomante
Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja
Nos dias de hoje esteja tranqüilo
Haja o que houver pense nos seus filhos
Não ande nos bares, esqueça os amigos
Não pare nas praças, não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida
Nos dias de hoje não lhes dê motivo
Porque na verdade eu te quero vivo
Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está conosco até o pescoço
Já está escrito, já está previsto
Por todas as videntes, pelas cartomantes
Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas
No jogo dos búzios e nas profecias
Cai o rei de Espadas
Cai o rei de Ouros
Cai o rei de Paus
Cai não fica nada.
sábado, 9 de maio de 2009
Refletir Somente...
Anteriormente, já tinha tentado postar esse vídeo.
Hoje sem paciência pra postar.
Um bom final de semana a toda a humanidade.
Hoje sem paciência pra postar.
Um bom final de semana a toda a humanidade.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
O Nada
Hoje fixei o olhar e os ouvidos no silêncio e resolvi tecer considerações sobre o Nada, o inexistente, o não ser, o inerte, o papel em branco.
Rapidamente me veio a idéia do ponto de partida, do numero 0 (zero), do mundo das idéias, do intangível, do branco, do à planejar, da preguiça, do pré-pensamento e da pré-construção.
Pensei em quantas vezes a palavra Nada é proferida por aqueles que querem excluir um pensamento _ Que foi João? _ Nada! (João responde). Pensei do Nada a partir de uma perspectiva de criação do ser, como se fosse um antes, um ponto de partida ou ate mesmo o existente que acaba que por não existir, Né João?
O certo é que o Nada, de certa forma, está muito mais no plano das idéias do ser humano do que no inexistir. Se assim não o fosse viriamos do Nada e,de fato, somos muito diferentes do não existir, do não viver, ou seja, se nasce da vida e não do inexistir, do nada...
GRANDE SERTÃO: VEREDAS
(João Guimarães Rosa)
Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. Alvejei mira em árvore, no quintal, no baixo do córrego. Por meu acerto. Todo dia isso faço, gosto; desde mal em minha mocidade. Daí, vieram me chamar. Causa dum bezerro: um bezerro branco, erroso, os olhos de nem ser se viu; e com máscara de cachorro. Me disseram; eu não quis avistar. Mesmo que, por defeito como nasceu, arrebitado de beiços, essa figurava rindo feito pessoa. Cara de gente, carão de cão: determinaram era o demo. Povo prascóvio. Mataram. Dono dele nem sei quem for. Vieram emprestar minhas armas, cedi. Não tenho abusões. O senhor ri certas risadas... Olhe: quando é tiro de verdade, primeiro a cachorrada pega a latir, instantaneamente depois, então, se vai ver se deu mortos. O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por os campos-gerais a fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucaia. Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo, então o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. O Urucuia vem dos montões oestes. Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá fazendões de fazendas, almargem de vargens de bom render, as vazantes; culturas que vão de mata em mata, madeiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há. O gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniões... O sertão está em toda a parte.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Monossílabas
Hoje acordei monossilábico.
Dia creio mais de pensamentos que necessariamente palavras.
Escutar as vezes se torna necessário quando se está disposto a compreender as coisas e, como tudo na vida deve-se conhecer o objeto antes do juízo de valor, eis que hoje sou só ouvidos... rs
Segue aqui uma composição muito reflexiva interpretadas por duas grandes gigantes, assim como uma passagem do Livro de Eclesiaste muito interessante. Um bom feriado à todos.
1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
3 Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
4 Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
5 Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
6 Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
7 Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
8 Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
http://www.youtube.com/watch?v=NvD1HnQh1q8&eurl=http%3A%2F%2Fwww%2Eorkut%2Ecom%2Ebr%2FFavoriteVideoView%2Easpx%3Fuid%3D5397154819497748748%26ad%3D1239917216&feature=player_embedded
Dia creio mais de pensamentos que necessariamente palavras.
Escutar as vezes se torna necessário quando se está disposto a compreender as coisas e, como tudo na vida deve-se conhecer o objeto antes do juízo de valor, eis que hoje sou só ouvidos... rs
Segue aqui uma composição muito reflexiva interpretadas por duas grandes gigantes, assim como uma passagem do Livro de Eclesiaste muito interessante. Um bom feriado à todos.
Eclesiastés 3
1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
2 Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
3 Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
4 Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
5 Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
6 Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
7 Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
8 Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
http://www.youtube.com/watch?v=NvD1HnQh1q8&eurl=http%3A%2F%2Fwww%2Eorkut%2Ecom%2Ebr%2FFavoriteVideoView%2Easpx%3Fuid%3D5397154819497748748%26ad%3D1239917216&feature=player_embedded
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Estrela Solitária
Ontem quando postei lembrei de uns versos esquecidos que escrevi em 1997. Trata-se de uma poesia social que me inspirei em uma realidade presente de sentidos.
Na verdade quis personificar uma estrela muito presente na minha vida, dar-lhe voz, sentimento, expressar suas angústias e tornar a reflexão as palavras de seu interior de luz e esperanças.
Talvez os versos sejam sem esperança, alguns achem toscos e sem sentidos, mas pra mim marcam muito e falam de realidades.
A estrela é real e latente, cheia de minha realidade e de tantos e para amá-la basta compreende-la, iluminando-a com nosso brilho e esperança.
E ela que brilha no coração dos que dela fazem parte. (..)
Estrela Solitária
A estrela brilhante, De um cintilante que não Para.
A estrela morena, Que ofusca por si só.
Pontas em ‘Art Noveau’, Brilho magistral.
Teu brilho verde estuprado, O sangue escorre.
Desvirginada, Indignada sem voz.
Desvirginada, Indignada sem voz.
A solidão foscal, De um céu sufocante.
Singelo brilhar, Solidão imposta, Insana.(..)
Singelo brilhar, Solidão imposta, Insana.(..)
terça-feira, 28 de abril de 2009
Ouvir Estrelas e o Universo
Nada mais adequado que versos que encantam. Ah o universo e a universalidade das coisas. O ser humano universal. As figuras universais...(..)
Quem dera que tudo fosse universal. Certamente os antropólogos logo se questionariam sobre os aspectos culturais. Indagariam onde estaria a diversidade sem a particularidade de cada cultura, de cada ser, de cada um.
Mas longe de adentrar sobre o próprio relativismo cultural e etc, o certo é que existem coisas que são universais, de todos os seres humanos e, como já parecer um velho chavão "O sol nasce para todos" e as estrelas dormem no infinito acima de nossas cabeças, basta a nós contemplá-las... Uma Boa Quarta-Feira
Mas longe de adentrar sobre o próprio relativismo cultural e etc, o certo é que existem coisas que são universais, de todos os seres humanos e, como já parecer um velho chavão "O sol nasce para todos" e as estrelas dormem no infinito acima de nossas cabeças, basta a nós contemplá-las... Uma Boa Quarta-Feira
Via Láctea
XIII
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e entender estrelas"
Olavo Bilac
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