quinta-feira, 30 de abril de 2009

Monossílabas

Hoje acordei monossilábico.
Dia creio mais de pensamentos que necessariamente palavras.
Escutar as vezes se torna necessário quando se está disposto a compreender as coisas e, como tudo na vida deve-se conhecer o objeto antes do juízo de valor, eis que hoje sou só ouvidos... rs
Segue aqui uma composição muito reflexiva interpretadas por duas grandes gigantes, assim como uma passagem do Livro de Eclesiaste muito interessante. Um bom feriado à todos.

Eclesiastés 3

1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
2 Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

3 Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;

4 Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;

5 Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;

6 Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;

7 Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Estrela Solitária


Ontem quando postei lembrei de uns versos esquecidos que escrevi em 1997. Trata-se de uma poesia social que me inspirei em uma realidade presente de sentidos.
Na verdade quis personificar uma estrela muito presente na minha vida, dar-lhe voz, sentimento, expressar suas angústias e tornar a reflexão as palavras de seu interior de luz e esperanças.
Talvez os versos sejam sem esperança, alguns achem toscos e sem sentidos, mas pra mim marcam muito e falam de realidades.
A estrela é real e latente, cheia de minha realidade e de tantos e para amá-la basta compreende-la, iluminando-a com nosso brilho e esperança.
E ela que brilha no coração dos que dela fazem parte. (..)


Estrela Solitária


Alpha, a mais alta. Tão pobre, sozinha e baixa.
A estrela brilhante, De um cintilante que não Para.
A estrela morena, Que ofusca por si só.
Pontas em ‘Art Noveau’, Brilho magistral.
Irmã tão galharda, Mas bela, explorada.
Entranhas ditosas, Usadas e Mercuradas.
Teu brilho verde estuprado, O sangue escorre.
Desvirginada, Indignada sem voz.
Sozinha tão alta, Choras o obrigar de teus filhos.
Injustiçada, estrela Louçã,Criada da noite.
Estrela central de um céu Vermelho e Branco.
Brilho fosco, Ditos murmurantes.
Astro inquieto a clamar, Estrela Agonizante.
Distante, baixa e triste, Universo a deserdar.
Alpha solitária, A decadência o teu semblante.
Das Glorias que Brilhou, O passado marcante.
A solidão foscal, De um céu sufocante.
Singelo brilhar, Solidão imposta, Insana.(..)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Ouvir Estrelas e o Universo


Nada mais adequado que versos que encantam. Ah o universo e a universalidade das coisas. O ser humano universal. As figuras universais...(..)

Quem dera que tudo fosse universal. Certamente os antropólogos logo se questionariam sobre os aspectos culturais. Indagariam onde estaria a diversidade sem a particularidade de cada cultura, de cada ser, de cada um.
Mas longe de adentrar sobre o próprio relativismo cultural e etc, o certo é que existem coisas que são universais, de todos os seres humanos e, como já parecer um velho chavão "O sol nasce para todos" e as estrelas dormem no infinito acima de nossas cabeças, basta a nós contemplá-las... Uma Boa Quarta-Feira



Via Láctea


XIII


"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto...


E conversamos toda a noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.


Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?"


E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e entender estrelas"


Olavo Bilac